Jesus ficou sepultado durante 3 dias e três noites? Guilherme Born Se Jesus morreu na sexta de tarde, como ele pôde ressuscitar na manhã de domingo, sendo que ele disse que ficaria 3 dias e 3 noites sepultado? |
Os termos "3 dias" e "3 dias e 3 noites". Esta registrado que Jesus disse: "O Filho do homem se levantará novamente após três dias" e "Ele será levantado novamente ao terceiro dia" – essas expressões são usadas alternadamente. Isso pode ser visto no fato de que a maioria das referencias à ressurreição afirmam que ela ocorreu no terceiro dia. Josh Mcdowell. O que isso quer dizer? Que Jesus ressuscitou no 3º dia, independente de quantas horas ele ficou no túmulo. Tanto Mateus, como os outros evangelistas, o próprio Jesus e os fariseus concordam entre si que Jesus disse que ressuscitaria no 3º dia, independente de quantas horas estaria no túmulo. Jesus Disse: Assim como Jonas ficou 3 dias e 3 noites no ventre do grande peixe, o Filho do Homem estará 3 dias e 3 noites no coração da terra. MT 12:40 Agora vamos ver o porquê de Jesus ter usado a expressão "3 dias e 3 noites". Digo de antemão que isso é uma expressão idiomática e não um relato minucioso de tempo. Vou dar alguns exemplos disso encontrados em outros textos bíblicos: (1 SM 30: 12-13) "um pedaço de bolo de figos prensados e dois bolos de uvas passas. Ele comeu e recobrou as forças, pois tinha ficado três dias e três noites sem comer e sem beber. Davi lhe perguntou: “A quem você pertence e de onde vem”? Ele respondeu: “Sou um jovem egípcio, servo de um amalequita. Meu senhor me abandonou quando fiquei doente há três dias. Ou seja, 3 dias e 3 noites = há 3 dias. Gn 42:17-18 - “E os deixou presos três dias. No terceiro dia, José lhes disse... Neste caso, se eles ficaram presos 3 dias e depois disso José os solta, então eles teriam sido soltos no 4º dia, correto? Porém não é isso que aparece. Ele os solta no 3º dia, ou seja, eles ficaram presos durante 3 dias (forma idiomática e expressiva) e são soltos no 3º dia (literalmente). Assim "um dia e uma noite" era uma expressão idiomática usada pelos judeus para indicar um dia, mesmo quando indicava somente parte de um dia, o qual pode ser visto também no Velho Testamento. Ou seja, a expressão "um dia e uma noite" representava tanto o período total como parte dele. |
A comprovação Histórica Outra forma de ver "três dias e três noites" é ter em consideração o método judaico de calcular o tempo. Os escritores judaicos registraram em seus comentários sobre as escrituras o principio que governa o registro do tempo. Qualquer parte do período era considerado um período total. Qualquer parte de um dia era registrado como um dia completo. O Talmude Babilônico (Comentários Judaicos) relata que "uma parte do dia é o total dele" (Mishnah. Third Tractate, "B. Pesachim", p. 4a). O Talmude de Jerusalém, assim chamado porque foi escrito em Jerusalém, diz: “Temos um ensino -- 'Um dia e uma noite são um Onah e a parte de um Onah é como o total dele" (Mishnah, Tractate, "J. Shabbath”, Chapter IX, Par. 3). Um "Onah" é, simplesmente, "um período de tempo". Temos então a prova de que a expressão 3 dias e 3 noites é "figurada", representando 3 dias seguidos, independente do tempo (horas) transcorrido nestes. |
Ilustração dos 3 dias e 3 noites entre a morte e ressurreição de Jesus. Como 3 dias e 3 noites é apenas uma forma de expressão, Jesus (figuramente falando) ficou no coração da terra 3 dias e 3 noites. Se Jesus tivesse sido sepultado depois do Shabat (sexta após às 18), então a profecia não teria se cumprido, pois não poderíamos contar o dia de sexta. Porém, como foi sepultado antes do pôr-do-sol do Shabat, conta-se o dia do sepultamento. Assim sendo, Jesus não errou em dizer que estaria três dias enterrado, porque ele não usou o termo "o filho do homem ficará 3 dias enterrado". Ele usou "3 dias e 3 noites", pois sabia que era uma forma de expressão que indicaria a sua ressurreição no domingo. Se assim não fosse, os fariseus teriam pedido uma guarda até o 4º dia. Porém os mesmos pediram que os romanos cuidassem do túmulo até o 3º dia. Lembram da minha comparação? 3 dias e 3 noites = há 3 dias... Os "três dias e três noites" referentes ao período em que Cristo ficou no túmulo pode ser calculados, como se segue: Cristo foi crucificado na sexta-feira. Qualquer tempo antes da 18h da sexta seria considerado "um dia e uma noite". Qualquer tempo depois das 18h de sexta até sábado às 18h, também seria "um dia e uma noite". Semelhantemente, qualquer tempo após as 18h de sábado até o momento em que Cristo ressuscitou, na manhã de domingo, também seria "um dia e uma noite". Do ponto de vista judaico, seriam "três dias e três noites" de sexta feira à tarde até domingo de manhã. |
ExemplosDia 07 de outubro de 2007, nasceu minha filha. Por lei, assim que ela nasce, tenho direito a 5 dias corridos de folga da empresa. Só que ela resolveu nascer às 23:45, ou seja, no final de domingo. Assim que nasceu, começou a contar os dias de folga e devido ao horário avançado, perdi um dia inteiro de folga, por conta da avançada hora de nascimento dela. Portanto, para a lei, ela nasceu não às 23:45, mas sim na noite de 07-10, a partir das 0:00. Se ela tivesse nascido no próximo dia, às 0:01, eu teria direito a mais 24 horas de descanso. Mas acabei perdendo 23:45 de descanso por causa de 15 minutos. O mesmo exemplo segue para o tempo contado com a expressão "3 dias e 3 noites". Como Jesus foi enterrado antes do pôr-do-sol, conta-se o dia de sexta inteiro, mesmo que Ele não tivesse literalmente enterrado na noite de sexta (18h de quinta às 06h de sexta). Essa argumentação de Josh não foi criada por ele. Já era de entendimento de alguns estudiosos e foi publicada no livro "The Ressurection Of Jesus Christ", de Arthur C. Custance, editora Doorway Paper, página 17, no ano de 1971. |
Conclusão Concluindo, a expressão 3 dias e 3 noites é referente a 3 dias corridos, independente de quantas horas estes dias tiveram. É apenas uma expressão idiomática muito usada no judaísmo para apresentar 3 dias seqüenciais. |
Bibliografia: Mcdowell, Josh - As evidências da ressurreição de Cristo. Os fatos históricos comprovam a ressurreição de Cristo. Editora Candeia |